domingo, 17 de agosto de 2008

À procura da Profissão Ideal
Por: Caio César de Carvalho Ferreira Lima

Confusão. Esta talvez seja a melhor palavra que define o momento da escolha profissional de qualquer pessoa. Tratando-se dos jovens, então, nem se fala. Mesmo orientados por profissionais e familiares, não conseguem decidir o que realmente querem para seu futuro. E, como se não bastasse, caem como uma isca no dilema “fazer o que gosta” versus “fazer o que dá dinheiro”.
O que levaria a essa dúvida? O capital adquirido no exercer do trabalho, ou o simples prazer em trabalhar naquilo que era sonho desde a infância? A resposta para isso é relativa. No entanto, existem caminhos – e, de fato, existem mesmo – para encontrar a solução desse sórdido problema.
Segundo Stephen Kanitz, colunista e administrador, “as empresas pagam a profissionais para fazer o que a comunidade acha importante ser feito, e não aquilo que os funcionários gostariam de fazer”. Em outras palavras, ele afirma que a necessidade se sobrepõe ao gosto. Se um gari recolhe o lixo das ruas, certamente não é porque ele gosta, mas sim porque alguém precisa fazê-lo.
O que ocorre é que trabalhadores como esses não tiveram escolha. A eles, por uma questão meramente capitalista, não foi dado o direito de optar em fazer por prazer ou por obrigação. Por isso fazem o que fazem, e muito bem feito.
Ainda sobre esse ponto, há casos isolados de pessoas que conseguem executar seu trabalho com prazer e obtendo lucro. Atletas e professores são assim: gostam do seu trabalho e ganham bem por isso.
Eles conseguiram aliar o gosto à necessidade, e é assim que funciona. Ser bem sucedido em alguma profissão não significa obter lucros e mais lucros. Claro que não. O sucesso depende da dedicação no que está sendo feito. Se não é o emprego dos sonhos, tentar fazê-lo como se o fosse é um ótimo caminho.
Apontar o sistema no qual se vive hoje como o grande culpado dessa confusão é errado. E o que é pior, muitos argumentam que o capitalismo praticamente obriga a escolher-se profissões que geram muita riqueza. Ledo engano. Kanitz estava certo quando falou em necessidade acima do gosto. O mercado precisa de pessoas dedicadas a ponto de estarem dispostas a tudo, e não de indivíduos que têm em mente apenas o salário.
Talvez esta é a maior virtude do bom trabalhador. Inalcançável? De modo algum. Eis o segredo: ser coerente em perpetrar suas obrigações, independente de quais são, e executá-las como se fossem as mais perfeitas e salutares atividades já inventadas pelo homem.

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