sexta-feira, 11 de abril de 2008

Formas ou fôrmas?
Prof. Joseph Razouk Junior


As pessoas aprendem de formas diferentes.

Essa constatação é de extrema importância para educadores e pais, pois, muitas vezes, são esperadas reações iguais de pessoas diferentes. Tal situação é muito comum em casa e na escola.

Em primeiro lugar, vamos analisar essa questão no âmbito escolar: o professor explica determinado conteúdo e um dos alunos ergue a mão dizendo que não o entendeu. O professor pacientemente explica-o novamente, da mesma forma, e o aluno repete que não compreendeu. E, mais uma vez, o professor repete a explicação de forma idêntica (já não com tanta paciência), e o aluno, sob o olhar do grupo, diz que agora entendeu, mesmo sem ter entendido. O pior dessa situação é o diálogo interior que ocorreu com esse aluno: Eu realmente sou "burro"! Não menos nocivo é o fato de ele estar passando por uma aula com defasagens conceituais. O que acontecerá na seqüência? Em que momento esse conteúdo será retomado? Como será a organização mental do aluno em relação aos próximos conteúdos que dependem desse para que o aprendizado tenha continuidade? Será que ele realmente é um aluno com dificuldades?

Tudo pode ser muito questionável.

Pelo fato de termos mais de um canal receptor (audição, visão, tato...), aprendemos de maneiras diferentes. Há alunos que aprendem com mais facilidade olhando, outros ouvindo, alguns exercitando e há os que aprendem por vários canais ao mesmo tempo. Isso é absolutamente normal. Portanto, o professor deve variar sua aula e seus instrumentos avaliativos na tentativa de atingir a maioria de seus alunos e, com isso, possibilitar a aprendizagem com significado a todos (preferencialmente).

No âmbito familiar, as coisas não são tão diferentes. Há um ditado que diz que "quem faz o que sempre fez, vai ter o que sempre teve", ou seja, se mostrarmos sempre os mesmos caminhos aos filhos, teremos sempre os mesmos retornos. Há muitos pais que dizem que tiveram tantos filhos e os educaram da mesma forma, porém eles apresentam comportamentos muito diferentes. Nada mais normal.

Pais, vocês desejam atitudes diferentes de seus filhos? Avaliem como vocês estão os orientando e quais os referenciais que eles possuem para agir de maneiras diferentes, lembrando sempre que a individualidade é uma marca preciosa no ser humano.

Não podemos nos esquecer de que, em se tratando de Educação, não existem fôrmas, mas sim formas que possibilitam a formação de indivíduos cada vez mais autônomos, críticos, criativos e que praticam sua cidadania.

Prof. Joseph Razouk Junior é Gerente editorial do Centro de Pesquisas Educacionais Positivo

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