sábado, 9 de junho de 2007

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Por que as aranhas não se enrolam na própria teia?
Como diferenciar machos de fêmeas?


Para urdir sua teia, as aranhas utilizar vários tipos de seda, segregada por glândulas localizadas no abdome. No caso da teia orbicular(que tem forma espiral), tanto o centro, onde a aranha permanece, como os raios, por onde ela se desloca, são constituídos de fios secos. Já a região captora (onde as presas ficam retidas) possui fios pegajosos, que são intercalados pelos raios. Escalando os fios sem cola, a aranha é capaz de caminhar pela teia mantendo seu corpo fora das áreas viscosas. As aranhas tecedeiras de teias orbiculares têm uma garra extra e cerdas serrilhadas no último segmento das pernas, entre os quais prendem o fio de seda, facilitando, assim, o seu deslocamento. Além disso, suas pernas são recobertas por um óleo que evita que elas fiquem coladas nesses fios. As aranhas que constroem teias em funil posicionam seus tarsos em um ângulo que diminui a superfície de contato com a teia. Assim elas evitam que suas pernas se afundem nessa malha. Não é possível diferenciar aranhas machos e fêmeas quando elas são jovens. Só se pode diferenciá-las quando se tornam adultas, ou sexualmente maduras. Os machos geralmente são menores, com abdome mais estreito e pernas mais longas do que as das fêmeas. Em algumas espécies, os machos são várias vezes menores, como nos casos de Nephila (aranhas de teias orbiculares comuns em nossas matas e jardins) e Latrodectus (do grupo das viúvas negras). A observação mais importante, porém, diz respeito aos órgãos copulatórios, que emergem apenas na fase adulta. Nos machos, o último segmento dos palpos fica inchado, com
a aparência de uma luva de boxe, pois ali se concentram diversas estruturas copulatórias. Outras regiões do palpo também podem ter estruturas especializadas. Nas fêmeas, a maior parte das espécies apresenta epígino (placa esclerotizada localizada próxima ao sulco epigástrico, na face ventral da região anterior do abdome). Essas estruturas sexuais são complexas e variam entre as espécies, constituindo a base para a taxonomia de aranhas. [CH 200 – dezembro/2003]

Os ursos hibernam, de fato?

A resposta depende da definição de ‘hibernação’. Na literatura mais antiga, o termo era descrito como dormência associada a baixa temperatura corporal. Hoje, no entanto, é definido como redução do metabolismo em resposta à diminuição da disponibilidade de recursos e à baixa temperatura do ambiente. A temperatura do corpo do animal necessariamente não se reduz. Durante muito tempo, parte da literatura especializada considerou – e ainda hoje há quem considere – o urso-preto-americano (Ursus americanus) e o urso-pardo (Ursus arctos), por exemplo, como falsos hibernantes, já que eles são capazes de manter a temperatura corporal elevada durante o período de hibernação. Segundo a definição mais moderna, eles podem ser considerados hibernantes altamente eficientes, pois dormem meses seguidos sem comer, beber
ou eliminar excreções. Mantêm, portanto, suas taxas metabólicas em níveis muito baixos. Na preparação para o inverno, U. americanus aumenta a capacidade de isolamento térmico graças ao espessamento de sua pele e de seus pêlos e acumula grande quantidade de gordura, que se deposita em espessas camadas.
Essas alterações metabólicas, aliadas à posição encolhida que adota para reduzir a área de perda de calor, permitem que o animal conserve a temperatura corporal elevada (em torno de 31°C) e, conseqüentemente, desperte rapidamente em situações de perigo. Os especialistas fiéis à associação de hibernação com queda da temperatura do organismo consideram que os ursos passam por um processo de “letargia do inverno” e não seriam, portanto, animais
hibernantes. [CH 186 – setembro/2002]

É verdade que os tubarões precisam nadar o tempo todo?

Alguns tubarões, geralmente os que vivem em mar aberto, precisam nadar com uma certa constância, mesmo que bem devagar, para não afundar. Isso ocorre porque esses tubarões não possuem bexiga natatória – órgão precursor do pulmão humano, formado por uma projeção oca do trato digestivo dos peixes ósseos (Osteichthyes), que pode ser inflada ou desinflada para acomodá-los em uma certa profundidade. Alguns tubarões, especialmente os que vivem em águas profundas, compensam a faltada bexiga natatória com seu fígado, geralmente muito grande e repleto de óleo, que, por sua vez, é mais leve do que a água. O fígado de um tubarão pode pesar um quarto do seu peso total e ocupar a maior parte de sua cavidade digestiva.
Também existem certos tipos de tubarões, como o cação-lixa, que habitam
exclusivamente o fundo do oceano, alimentando-se de peixes e invertebrados que vivem sobre ou perto da areia. Existem atualmente cerca de 380 espécies de tubarões ou mais, de acordo com algumas estimativas, muitos dos quais vivendo apenas sobre o fundo, ou a poucos metros acima do mesmo. Mesmo aqueles que habitam o mar aberto podem pousar de vez em quando sobre o fundo para descansar ou para que outros peixes retirem os seres parasitários que se depositam sobre sua pele.
[CH 184 – julho/2002]

Por que alguns animais como baratas e invertebrados
podem regenerar membros inteiros?

Alguns animais invertebrados possuem células que não são diferenciadas – não pertencem a um tecido específico. Quando eles perdem alguma parte do corpo, essas células podem se diferenciar para formar novos tecidos, regenerando assim a parte perdida. Vários invertebrados têm essa capacidade de regeneração, como as planárias e as estrelas-do-mar. Em alguns animais, as células não diferenciadas podem se originar de células diferenciadas – como as de um músculo, por exemplo – para então reconstituir a parte perdida ou amputada. Insetos como baratas, percevejos, grilos e bichospau, além de todos aqueles que fazem a metamorfose completa, como as borboletas e os besouros, regeneram seus apêndices (pernas, antenas ou peças bucais) a partir de células indiferenciadas, que ficam próximas ao local da perda. Se um inseto perde uma perna, por exemplo, a base da perna restante guarda informações para regenerá-la. Nesses grupos, entretanto, a regeneração está restrita aos estágios imaturos, não ocorrendo após o inseto ter atingido a fase adulta. Isso porque, quando adultos, os insetos não produzem mais a cutícula, esqueleto externo que é trocado enquanto ainda estão crescendo. Assim, são capazes de regenerar partes do corpo apenas durante
seu desenvolvimento. [CH 177 – novembro 2001]

Nenhum comentário: