quinta-feira, 19 de abril de 2007

AULA MINISTRADA SÁBADO (14/04)

Curso Isolado de Biologia. Aula ministrada por Hildo Filho.
Todos os Sábados a partir das 14:00 h na Escola Estadual Professor Gérson Lopes. Além de Biologia, aulas de Química com o Professor Eli. Assista a uma aula sem compromisso, conheça nossa equipe.

CONTEÚDO TRABALHADO SÁBADO – 14/04/2007
O CORPO COMO UM TODO
Controle da temperatura, fatores que definem a estatura humana, morte celular, envelhecimento, controle da dor, absorção de alimentos, regulação do sono,percepção decores... Reunimos nessa seção do volume exemplos de alguns dos muitos mecanismos de funcionamento do organismo humano que, gradativamente, vêm sendo esmiuçados nas pesquisas realizadas na interface biologia-medicina. Acreditamos que vários desses temas representam dúvidas e indagações freqüentes nas aulas de biologia e que os textos aqui apresentados possam ser úteis na abordagem dessas questões. O fundamental, no entanto, é que sirvam para despertar o interesse dos alunos e os motivem para a. Aprendiza em de conceitos-chave em biologia, principalmente aqueles relacionados à biologia geral, como a citologia, e imprescindíveis para a compreensão dos mecanismos fisiológicos que garantem o funcionamento pleno do corpo humano. Entre as várias temáticas selecionadas para compor essa seção do volume, todas relativas aos mecanismos de funcionamento do corpo humano, consideramos especial a que procura desvendar os mecanismos de funcionamento do cérebro humano. Por isso, fizemos questão de incluir nessaseção textos relativos às neurociências.
Nas últimas décadas, o esforço de pesquisa empreendido por equipes de neurocientistas em todo o mundo tem gerado grandes avanços, sobretudo no que diz respeito a uma melhor compreensão dos mecanismos cerebrais. Parte desses novos conhecimentos das neurociências tem também se refletido diretamente na qualidade de vida das pessoas, com o desenvolvimento, por exemplo, de novos medicamentos para tratamento de distúrbios neurológicos, como a depressão e a ansiedade. Além disso, ao demonstrar como mecanismos cerebrais interferem diretamente nos demais mecanismos de controle e funcionamento do corpo, como por exemplo, nas estratégias de defesa do organismo, os conhecimentos obtidos recentemente reforçam a idéia de que o ensino de biologia também deve mudar, superando a maneira fragmentada de apresentar o corpo humano através de seus “retalhos”, parte por parte, sistema por sistema, órgão por órgão. A visão que se propõe atualmente para o ensino de biologia incorpora novos conhecimentos não apenas das neurociências, mas também de outras disciplinas, e preconiza a abordagem do organismo humano como uma totalidade, fruto da interação de todos os seus componentes, em seus vários níveis de organização. O desafio que se coloca para o professor, na abordagem dos temas aqui apresentados relativos ao organismo humano, é, portanto, superar a visão fragmentária (imposta pelas próprias disciplinas científicas e pela tradicional organização do ensino) e abordar o corpo humano como um todo integrado, em que pesem muito mais as idéias de interdependência, de complexidade e de equilíbrio dinâmico, justamente aquelas consideradas fundamentais para uma correta compreensão do fenômeno vida.

Como e por que a temperatura do corpo se altera?
Como os invertebrados não podem regular sua temperatura corporal, eles estão à mercê do ambiente em que vivem. Mas os vertebrados desenvolveram mecanismos para manter sua temperatura corporal relativamente constante, por meio de ajustes entre produção e perda de calor. Nos animais pecilotérmicos (de sangue frio), esses mecanismos de ajuste da temperatura corporal são rudimentares, e sua temperatura corporal varia dentro de limites consideráveis. Nos mamíferos e aves, animais homeotérmicos (de sangue quente), a temperatura corporal mantém-se relativamente constante, apesar de amplas variações na temperatura ambiente. Nos animais homeotérmicos, a temperatura normal varia de espécie para espécie e, em menor grau, de indivíduo para indivíduo. No homem, a temperatura corporal normal é de cerca de 37ºC, com variações individuais de cerca de ±0,5ºC e com variações ao longo do dia de 0,5 a 0,7ºC. O funcionamento normal do nosso organismo depende de uma temperatura corporal constante, pois a velocidade das reações químicas e a atividade das enzimas envolvidas no metabolismo, além de variar com a temperatura, possuem uma função ótima dentro de limites estreitos de variação da temperatura. No nosso organismo, o calor é produzido por exercícios musculares, pela assimilação de alimentos e pelos processos metabólicos vitais. É perdido pela radiação, pela condução, pela convecção e pela evaporação da água através da pele e das vias respitarórias. O equilíbrio entre produção e eliminação de calor é que determina a temperatura corporal. No homem, o hipotálamo, localizado no cérebro, é responsável pela regulação térmica, sendo por isso denominado termostato humano. Está ajustado para 37,0 ± 1,0°C. Variações na temperatura corporal dentro dessa faixa desencadeiam respostas reflexas de conservação (tremor e vasoconstrição periférica) ou dissipação
(sudorese e vasodilatação periférica) de calor.
Danusa Dias Soares
LABORATÓRIO DE FISIOLOGIA
DO EXERCÍCIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE MINAS GERAIS
A febre, um dos mais conhecidos sinais de doença, ocorre não só nos mamíferos, mas também em aves, peixes, répteis e anfíbios. No caso dos animais homeotérmicos, os mecanismos de regulação da temperatura comportam-se como se tivessem sido ajustados para manter a temperatura corporal em níveis mais elevados que o normal, isto é, como se o “termostato” tivesse sido reajustado para um ponto acima de 37ºC. Sendo assim, os receptores de temperatura indicam que a temperatura corporal está abaixo do novo ponto de ajuste, desencadeando a ativação dos mecanismos de produção de calor pelo hipotálamo. [CH 132 – outubro/1997]
Por que quando uma pessoa de pele clara se expõe
muito tempo ao Sol fica com a pele avermelhada?
As pessoas de pele clara reagem com maior intensidade a menores doses de radiação ultravioleta em comparação com as de pele escura, por isso ficam com a pele vermelha com mais facilidade. Característico da queimadura solar, o aspecto avermelhado decorre de reação inflamatória aguda devido à vasodilatação e permeação através desses vasos de células leucocitárias. A principal radiação responsável pela queimadura solar é ultravioleta B (UVB), que tem ação restrita à epiderme e promove lesão de células epiteliais, com liberação de prostaglandinas (substâncias vasodilatadoras). Na queimadura solar, além do eritema (vermelhidão), há também edema (inchaço) e ardor local. Nos casos de intensa exposição ao Sol podem surgir bolhas. De modo geral, o eritema surge entre duas e oito horas após exposição intensa e atinge seu ponto máximo em 24 horas, regredindo em seguida. A radiação ultravioleta A (UVA) atravessa a epiderme e, na derme, vai atuar promovendo vasodilatação e eritema. É a radiação responsável pela pigmentação tardia, ou seja, pelo escurecimento da pele. Também promove degeneração do colágeno, sendo responsável pelo envelhecimento cutâneo. Cabine de bronzeamento tem radiação UVA, que não deixa a pele vermelha, mas causa câncer e envelhecimento. O escurecimento cutâneo é uma característica genética, ou seja, quem tem pele clara nunca conseguirá escurecer. O risco de câncer de pele é 20 vezes maior para os indivíduos de pele clara em relação às pessoas de pele negra. A radiação ultravioleta promove nas células epidérmicas quebra das cadeias do DNA, que são reparadas por mecanismos enzimáticos. Todas às vezes em que nos expomos à radiação solar estamos provocando danos no DNA. Quando isso ocorre de forma crônica, a partir de certo momento a reparação se dá de maneira imperfeita, favorecendo o aparecimento de tumores. O efeito cumulativo da exposição solar promove, após alguns anos, o aparecimento de lesões degenerativas da pele. A exposição exagerada à radiação solar também causa diminuição da resposta imunológica, aumentando a suscetibilidade às infecções. A exposição solar é prejudicial em qualquer horário do dia. Das 10h às 16h, a incidência de UVB é maior (causa vermelhidão na pele e câncer); já a radiação UVA está presente durante todo o dia (causa envelhecimento cutâneo e câncer). [CH 197 – setembro/2003]

André Luiz Vergnanini
SERVIÇO DE DERMATOLOGIA,
UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE CAMPINAS

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